Friday, February 26, 2016

"saaco
asaco
aasco
caaso
acaso
aacso"
(Acaso, Augusto de Campos, 148)

No poema, Acaso, Augusto de Campos mostra como que palavras são coisas especiais. Ele mostra que é como se fosse "por acaso" que a palavra "acaso" é escrito assim. Tem muitas outras maneiras de organizar as mesmas letras, mas não existe nenhuma outra palavra escrito com exatamente as mesmas letras, seja a ordem que for. Também em cada estrofe ele faz uma rima em que a última letra de todos os formatos é o mesmo, mas todas as outras letras trocam de lugar o tempo todo. Com este formato de poema Campos mostra como que o idioma é uma coisa doida, sem sentido, que não tem regra para dizer o que é uma palavra e o que não é.

Também neste poema podemos ver como que é a vida, que muitas vezes existem coisas na vida que acontecem por acaso. Não tem nada para dizer que *aqui* vai ter um acontecimento importante e *aí* não vai ter. Mesmo com essa incerteza da vida, existe uma rima, algo que nos guia, que nos leva até certos lugares, mas que não determine que há de ter importância, só que vai acontecer porque há de acontecer. Assim, como as palavras tem a sua rima, a vida também tem, mas as letras que fazem a palavra não faz sentido a maioria das vezes, como os eventos da vida, acontecem sem a gente saber o porque.

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