Friday, February 26, 2016

"saaco
asaco
aasco
caaso
acaso
aacso"
(Acaso, Augusto de Campos, 148)

No poema, Acaso, Augusto de Campos mostra como que palavras são coisas especiais. Ele mostra que é como se fosse "por acaso" que a palavra "acaso" é escrito assim. Tem muitas outras maneiras de organizar as mesmas letras, mas não existe nenhuma outra palavra escrito com exatamente as mesmas letras, seja a ordem que for. Também em cada estrofe ele faz uma rima em que a última letra de todos os formatos é o mesmo, mas todas as outras letras trocam de lugar o tempo todo. Com este formato de poema Campos mostra como que o idioma é uma coisa doida, sem sentido, que não tem regra para dizer o que é uma palavra e o que não é.

Também neste poema podemos ver como que é a vida, que muitas vezes existem coisas na vida que acontecem por acaso. Não tem nada para dizer que *aqui* vai ter um acontecimento importante e *aí* não vai ter. Mesmo com essa incerteza da vida, existe uma rima, algo que nos guia, que nos leva até certos lugares, mas que não determine que há de ter importância, só que vai acontecer porque há de acontecer. Assim, como as palavras tem a sua rima, a vida também tem, mas as letras que fazem a palavra não faz sentido a maioria das vezes, como os eventos da vida, acontecem sem a gente saber o porque.

Friday, February 19, 2016

A árvore da poesia

"Poesia grão amargo entre meus dentes." (Poesia, Neide Archanjo, 109) No poema Poesia, Neide Archanjo explica como que a poesia é um potencial que cresce como um grão. Mesmo com um poema tão curto, Neide explica isso pelas palavras que escolheu usar. Por dizer um grão, ela mostra que o poesia tem muito potencial, não importa o tamanho. Um grão, como até um grão de mostarda, é uma coisa pequena que, se der os elementos necessários para crescer, cresce muito, e fica de tamanho muito maior do que o grão original. Ela também mostra isso por meio da forma do poema, sendo que no primeiro verso tem apenas uma palavra, na segunda tem duas, e na terceira são três. Também por dizer que é um grão amargo, quer dizer que quando crescer, pode dar problemas, pode ser uma coisa chata, e até destruidora. Como é uma grão entre os dentes, é também uma coisa muito difícil de tirar, e fica irritando, dando dor nos dentes. Também, como dá tanta dor, também pode dar tanto alívio a sair dentre os dentes. A poesia é do mesmo jeito, porque quanto mais que fica enfiado, o mais difícil que cresce e fica difícil de tirar. Mas o poesia também alivia muito quando fica resolvido e terminado, como se o grão tivesse sido tirado dentre os dentes.

Thursday, February 11, 2016

À procura do poder

"O secretário não pôde conter a sua impaciência. - Está bem, está bem. O que vocês propõem, então? - Honorável, vocês é que pediram para negociar. Nós não propomos nada, para nós está tudo ótimo. O secretário bate com a mão aberta na mesa. - Então é guerra?" (Negociações, Luís Fernando Veríssimo, #) Na crônica "Negociações," Veríssimo conta como que os homens querem poder, e querem controlar o mundo. Como cada crônica, Veríssimo começa com uma observação, faz uma reflexão, e depois mostra uma verdade humana. Nesta crônica, a observação de Veríssimo é que a população de ratos no mundo supera a população humana, e que se continuar sem restrições, os ratos irão tomar conta do mundo. Com esta observação, Veríssimo cria uma história como reflexão em que um homem, que é o secretário-geral da Nações Unidas, se reune com um representante dos ratos, Igor. O secretário quer negociar com os ratos para eles tomarem pílulas para controlar a natalidade dos ratos e de outros jeitos também controlar os ratos. Por meio desta reflexão, Veríssimo mostra uma grande verdade humana de como os homens querem controlar todas as coisas ao seu redor, e como esta empolgação pode criar guerras. Durante a conversa entre o secretário e Igor, o secretário perde a paciência e vê que as negociações não estão fazendo nada. Naquele momento, ele faz a pergunta se será uma guerra entre os humanos e os ratos, mesmo sendo que os ratos não querem guerra. Igor falou que para os ratos, tudo estava ótimo, e que por eles, não precisavam de negociações. Foi o secretário que declarou a guerra, porque os ratos não se submeteram ao poder e controle dos humanos. Muitas vezes, relacionamentos entre nações são assim também; uma nação quer um controle, mas a outra nação estava tranquila na sua, mas não vai se submeter à outra nação. O pior desta crônica é como mostra que os humanos faziam experimentos com os ratos, principalmente com Igor. Ele tinha muitas doenças, dificuldades de andar e respirar por causa desses experimentos. Os humanos já controlaram esses ratos, mas perderam o controle, e criaram ratos que não iriam morrer com as táticas de guerra dos humanos. Mesmo sendo que já tinham perdido o controle, os humanos queriam controlar ainda o que poderia derrubá-los.

Wednesday, February 3, 2016

O Destino

"O homem nem sonha que, não tendo ainda sequer começado a recrutar os tripulantes, já leva atrás de si a futura encarregada das baldeações e outros asseios, também é deste modo que o destino costuma comportar-se conosco, já está mesmo atrás dd nós, já estendeu a mão para tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Acabou-se, não há mais que ver, é tudo igual." (O Conto da Ilha Desconhecida, José Saramago, 42) No conto O Conto da Ilha Desconhecida, Saramago mostra como que se trata do destino nas nossas vidas. Saramago usa um narrador heterodiegético e onisciente para poder dar explicações do texto juntamente com o texto em si. Assim, Saramago pode usar o narrador para mostrar uma profundeza do conto que faz com que o leitor compreende o porquê do conto. Também Saramago dá uma obscuridade aos personagens, mesmo sendo personagens redondos. Isso faz com que o leitor pode focar mais no conto de que nos personagens e quem que são. Eu gosto de como que Saramago fez isso, porque ele usa um conto simples para demonstrar algo específico e profundo. Saramago mostra como que é a vida, e que a vida depende das nossas decisões, e a ajuda das pessoas ao nosso redor. Saramago mostra que o destino bota as pessoas certas nas nossas vidas para nos ajudar, e que se a gente for procurar a si mesma, só poderemos nos encontrar a deixar o que nos faz confortável. Justamente como o homem explica, Se não sais de ti, não chegas a saber quem és. Se a gente não deixar os confortos da vida, não podemos saber quem somos, sabemos apenas quem somos naquela situação, naquele conforto. A pensar nisso, eu me lembro muito do escritor americano, Henry Thoreau, quem saiu de sua casa para construir uma casa na floresta. Ele saiu do seu conforto para encontrar algo mais na vida, para encontrar o que é essencial, e como as coisas supérfluas nos afeitam.